Mangueira é um bairro-favela da cidade do Rio de Janeiro localizado na Zona Norte, na sub-região de São Cristóvão. Possui uma estação de trem da. Seu grande atrativo é o Palácio do Samba, que nos dias de ensaio reúne gente de todos os cantos da cidade.
A favela surgiu a partir de alguns barracos nas terras do Visconde de Niterói. Desde 11 de maio de 1852, quando se inaugurou nas proximidades da Quinta da Boa Vista o primeiro telégrafo aéreo do Brasil, a elevação vizinha da Quinta era conhecida como Morro dos Telégrafos. Pouco depois, foi instalada ali perto uma indústria com o nome de Fábrica de Fernando Fraga, que produzia chapéus e que, em pouco tempo, passou a ser conhecida como "fábrica das mangueiras", já que a região era uma das principais produtoras de mangas do Rio de Janeiro. Não demorou muito para que a Fábrica de Fernando Fraga mudasse para Fábrica de Chapéus Mangueira. O novo nome era tão forte que a Estrada de Ferro Central do Brasil batizou de Mangueira a estação de trem inaugurada em 1889. A elevação ao lado da linha férrea também começou a ser chamada de Mangueira, enquanto o antigo nome de Telégrafos permaneceu para identificar apenas uma parte do morro. Atualmente, Telégrafos, Pindura Saia, Santo Antônio, Chalé, Faria, Buraco Quente, Curva da Cobra, Candelária e outros são pequenos núcleos populacionais que formam o complexo do Morro de Mangueira.
O Visconde de Niterói, que recebeu o morro de presente do Imperador D. Pedro II já era falecido quando os primeiros moradores instalaram os seus barracões, e outros, mais espertos, construíam moradias para alugar, como foi o caso do português Tomás Martins, padrinho do futuro compositor e poeta Carlos Cachaça, que aos oito anos de idade vivia no morro, e aponta o padrinho como o verdadeiro fundador do Morro de Mangueira, por ter sido o primeiro a explorá-lo como local de moradia. Aos dez anos, Carlos Cachaça tinha a incumbência de assinar os recibos dos aluguéis, já que o português Tomás Martins era analfabeto.
Vista Área da favela da Mangueira, zona norte do Rio. |
Vista panorâmica da favela da Mangueira, zona norte do Rio. |
Formado por grandes sambistas do Bloco dos Arengueiros, tais como Cartola, Carlos Cachaça, Zé Espinguela e Saturnino Gonçalves, entre outros, estes abandonaram a idéia deste bloco para em 1928 criar o Estação Primeira, que mais tarde se tornaria a atual escola de samba.
Também existiu na década de 30 a escola Unidos de Mangueira, porém não durou muitos anos.
Com o crescimento do mundo do samba, a Estação Primeira de Mangueira trouxe melhorias e um certo prestígio a comunidade, obtendo apoio governamental e de empresas para oferecer cursos e opções de esportes e lazer à população local. A identidade do morro e da escola com o tempo se misturaram, a ponto de a Supervia ter pintado a bandeira verde e rosa da agremiação na estação de trem.